No livro 1822 de Laurentino Gomes, fala sobre a viabilidade e a situação
que o Brasil se encontrava naquela época. "De cada três brasileiros, dois
eram escravos, negros forros, mulatos, índios ou mestiços". Mas não
precisamos ficar surpresos e intrigados com a situação do princípio do nosso
país. Mesmo sendo um país de história recente mudamos muito, somos agora um
adolescente que saiu das armadilhas e fantasia da infância com as vaidades de
um jovem pensando no futuro. Estamos nos formando e, não daqui muito tempo, nos
transformará em adultos.
Mostramos para o mundo que é possível se desenvolver abertamente sem
restrições de racionalidade ou cor. Somos realmente um país de todos. Temos
destaque no mundo, somos mais visto e mais lembrado e nossa economia cobiçada.
Ainda somos de terceiro mundo? Uma minoria julga assim. Somos um país em
desenvolvimento e a sétima maior economia do mundo. Não podemos esquecer
que temos valores tangíveis e intangíveis, tanto um como outro, e honrar
isso.
Certa vez disseram-me que os americanos são patriotas e tem grande
orgulho pelo país deles. E eu respondi que também tenho orgulho do meu país. Por
que não teria?
Temos dimensões continentais, Brasília a Capital Federal, as Cataratas
do Iguaçú, a maior Floresta Tropical do mundo... Mas também temos uma carga
tributária extravagante, temos princípios constitucionais impecáveis e copiados
pelo mundo todo, mas não sabemos exercê-los aqui. Somos um país a favor da
liberdade, mas não temos direito de lutar por ela e quando lutamos, somos
barrados. Ora que país é esse? O país retratado nas letras da Legião Urbana, ou
um país que quer se destacar no cenário mundial. Queremos dar lição de moral
nos vizinhos, mas nem arrumamos a nossa casa. Estamos prestes a sediar a Copa
do Mundo, em contagem regressiva, mas não sabemos nem planejar e organizar
nossas estradas, nossos aeroportos. Será que estamos sob pressão ou colocaram
um responsabilidade muito grande nas nossas costas antes do tempo?
"Subir uma escada de três em três degrau é mais difícil do que
subir de um em um".
Abraçamos a responsabilidade de alimentar o mundo com nossas terras
altamente produtivas, mas nosso governo achou que as commodities deixariam o
Mato Grosso e pularia diretamente para o Porto de Santos. E agora mais do que
depressa a nossa poderosa mídia estampa nas capas de revistas, jornais, o termo
"Apagão Logístico". Tomara que esse não seja repetido em 2014 ou
2016.
O governo apoia e faz propaganda do crescimento do Centro-oeste
brasileiro, mas não estrutura o local com necessidades básicas. Pelo contrário
gasta "milhões" na construção de estruturas para copa onde nunca
existiu incentivo ou força esportiva.
Brasil ame-o ou deixe-o. Ou lute. Ou melhor, continuaremos lutando.